18.8.07

"Short Stories With Tragic Endings"

Quem continua a ler este blog é porque realmente aprecia o que aqui lê, logo dispensa apresentações e quaisquer introduções. Assim sendo, passo desde já ao que interessa.

Não fosse o homem o ser mais complexo de que tenho conhecimento e não valeria a pena eu dedicar o meu precioso tempo a falar dele. Com todas as consequências atrozes que dele advêm, este ser chega mesmo a ser malévolo e só as suas boas acções são favorecidas; pelo que não devia acontecer. Somente os actos maléficos deveriam ser punidos e as virtudes deveriam ser vistas como algo comum.

Pode-se, no entanto, dedicar alguma reflexão aos pensamentos mais lancinantes, pungentes e
bárbaros, sem desse acto esperar qualquer advertência. Possuímos a liberdade de expressão e só a morte seria melhor que o silêncio, já o dizia o fundador do conceito de sadismo:



“Either kill me or take me as I am, because I’ll be damned if I ever change…”

by Marquês de Sade


E a isto me refiro, por exemplo, à escolha do bem em vez do mal – virtude vs. malvadez. Tudo o que é considerado crime por muitos pode não constituir crime algum para outros, e falo de crimes que vão desde o incesto ao homicídio. Se o ser humano possui capacidade para tal, porque não pode fazê-lo? Não irá contra as leis da Natureza, já que foi esta mesma que lhe facultou essas capacidades. Tal como a brisa marítima pode ser um “objecto” de prazer para um homem, porquê condenar o que é feliz vendo jorrar sangue de um inocente ou fazendo render uma qualquer vítima ao domínio dos seus mais profundos desejos por menores de idade? Não tem este ser também o direito à felicidade?
“O melhor incentivo da virtude é o medo do vício.”

ou ainda

“A bondade só surge no homem em dois casos: quando ele é o mais fraco ou quando receia vir a sê-lo.”

by Marquês de Sade
É desse mesmo medo que a humanidade padece, fazendo-nos seguir por uma vida de exuberantes poltronas, tronos prodigiosos e uma ansiedade de desprezar os mais fracos. Se se considera doente um deficiente mental, também o é a pessoa que sente prazer com o que, à partida, se considera asqueroso, e se é errado gozar ou maltratar um demente, também não será condenar ou crucificar quem leva uma vida de devassidão e crime?

O maior crime, aos olhos da Mãe Natureza, talvez seja mesmo o simples facto de não usufruirmos de tudo o que ela nos concedeu. Partilhando ou não desta ideologia, cada um tem feito isso mesmo. Cabe a cada um de nós adoptar a personagem que mais nos convém para atingirmos o tão esperado clímax vital e para quê? Para logo a seguir desejarmos outro e andarmos às voltas… a rodear vítimas constantes, que se vão extinguindo a olhos vistos. Exceptuando a hipocrisia, o sarcasmo, o cinismo e a ironia, a personificação consiste no recurso que o ser humano melhor representa, dando vida aos seus instintos animais. Adoptamos desde a astúcia das raposas ao instinto mais canibalesco do rei da selva, passando pela fome dos mais ferozes abutres.
Como consequência de todas estas nossas atitudes, condenadas ou não, o Planeta está a tornar-se numa caixa de fósforos, em que em todo o lado se vive, onde todo o santo lugar serve para satisfazer os nossos mais profundos caprichos e onde todo o ser serve de vítima. As populações crescem exponencialmente e estamos a tornarmo-nos no que, em muitos casos, se determina como espécie invasora.

Houve mesmo quem tenha tomado a liberdade de chegar a uma ilha e simplesmente cobri-la com um material, para que toda a vida se extinguisse naquele local e permitisse aos cientistas verificar a velocidade de repovoamento da ilha. (Os pormenores foram esquecidos; a memória é das maiores traiçoeiras.)
Os dinossauros dominaram a Terra uns bons 150 Milhões de anos e nós primatas, que cá estamos há uns míseros 2 a 4 Milhões de anos, já tratamos de explorar praticamente todos os recursos disponíveis a uma vida com condições favoráveis à maioria das espécies. Segundo o conceito de hominização, as características exclusivas do homem são:
- inteligência superior;
- linguagem articulada;
- elaboração de conceitos abstractos;
- fabrico e manuseio de instrumentos;
- vida social complexa e com esforço cooperativo.

Assim, como será possível que tenhamos conseguido atingir este ponto? A maior parte de nós não faz uso das capacidades que tem e prefere entregar-se à obstinação dos seus instintos, prefere render-se ao prazer.

O Homem e a sua amada política, os seus depravados desejos, as suas absurdas religiões, para não falar das ridículas guerras e afins, têm conduzido ao estado caótico em que nos encontramos. Portanto, só me resta concluir que, o melhor fim para a nossa pequena história, seria a nossa extinção, que não é de todo um final trágico para o resto do Planeta senão para nós mesmos.
Vamos aquecer o chão que pisamos, vamos lembrarmo-nos da razão, de todas as razões… ou então, meus senhores, paremos por aqui! Vamos “desnascer” e esquecermo-nos desta ânsia colectiva de tudo fecundar… A extinção é o sacrifício que a humanidade terá de jorrar perante o estado em que deixou a Terra! Não somos super-humanos e, portanto, é estritamente necessário que a nossa estadia culmine no nosso desaparecimento.


“O entendimento do que digo cabe aos que a minha pessoa desconhecem, aos que ocultam a imagem exterior. Boa noite!”

17 comments:

Anonymous said...

hmmm embora perceba o que disseste, e mesmo ja tendo pensado isso, não me parece muito viável uma parte da teoria. por um lado temos a terra que por muito que os seres humanos a "destruam", nunca o fazem realmente. apenas a alteram, mesmo que essa alteração seja considerada "destruição" quando as condições não se encaixem às melhores condições para nós e, também, dos outros seres vivos. por isso, não considero que o desaparecimento da nossa espécie fosse tão benificial à Terra, mas sim, mais beneficial ao planeta que alberga a vida que conhecemos, e para o bem e para o mal, gostamos. mas, vê, nem tudo iria correr assim tão bem com esta nossa desaparição, se bem que estes seriam apenas "sacrificios" para um "bem maior"?: um numero de seres, animais e plantas, estão completamente domesticados sendo dificil a sua sobrevivência sem o alimento, os pesticidas e etc... por outro lado, a natureza dá sempre a volta hehe. seriam capazes de se adaptar bem.
por fim, so queria dizer que, como tu tambem, acho pouco provavel uma extinção do ser humano. o instinto de sobrevivência deve ser o instinto mais enraizado em todos animais, e o qual permite aos organismos quebrar barreiras que se pensavam impossiveis, como sobrevier no deserto 4 dias sem água, etc...(e sim ja aconteceu, nao tenho e a certeza do numero de dias mas nao foram menos..!)aniway, este instinto impede com certeza a nossa extinção, especialmente, com a nossa capacidade de evoluirmos tão rapidamente quando precisamos. o salto que os humanos deram em termos tecnologicos a seguir as duas guerras mundiais traduz-se na "conquista" do espaço (ainda noa dos planetas..) e da propria Terra, com a criação de uma aldeia global. em apenas 100 anos (no total).

~chopsoy

[ps. sorry for the lack of coments. desculpa mesmo mas como te disse so a pouco tempo e k percebi k este era o blog onde escrevias... tristeza e desculpas mas pronto..ah! e eskecime completamente do login para o meu blog oO!! gee...]

Lucífera said...

Tens de me dar o teu, ainda nem o vi.
Thanks for the comment! You're my favourite caloira, but you already know that ;P
Sinceramente, eu iria até mais longe: a solução seria um big bang!!! Tudo pelo ares de novo... mas correriamos o risco de acontecer o mesmo, logo já não temos cura.
Como acredito que não duremos muito mais tempo (umas centenas de anos, talvez bem menos e os últimos anos em condições bem atrozes), só nos resta ir tentando melhorar os nossos estragos.
As espécies habituadas ao homem são também prejudicadas por esse facto e acredito que estariam em melhores condições se não existissemos.
Com tudo isto quero dizer que é impossível uma espécie tão, supostamente, "inteligente" consiga viver em perfeito equilíbrio com tantas outras. Mesmo sendo uma minoria, dominamos a Terra. como tu própria disseste, possuimos mais esse instinto de conquista (posse) e temos uma capacidade extraordinária de adaptação, logo muito dificilmente nos extingamos.
Nos entretantos uns vão sofrendo... é a lei do mais forte amigos! Há que começar a pensar, a usar a razão!!!

Lucífera said...

...nos extinguimos

Anonymous said...

hmmm achas mesmo k nos vamos extinguir? por acaso acho mesmo k nao... a não ser por um maior erro estupido e egoista da humanidade, mas nao creio mesmo. já somos 6 biliões e com perspectivas de crescer mais. estamos a expandirmo-nos para outros meios, nomeadamente o oceano, o ar e o espaço, que até ver é ilimitado. agora parece k estamos preguiçosos em termos de concretizarmos o k se vê nos filmes de ficção cientifica, mas se vires bem, já temos projectos gigantescos de arquitectura em que apenas num edificio caberia umquarto de tokio. e, não sei se ouviste mas há uns tempos um submarino russo colocou uma bandeira de metal (nao me lembro qual) no fundo do oceano artico. genero conquista da lua. ora, sinceramente espero nao morrer sem ver uma cidade subaquatica. espaço nao nos falta, nem a tecnologia nem o conhecimento. só falta a vontade de quem realmente pode fazer qualquer coisa ou um apertozinho á raça humana para darmos estes saltos. e uma vez no espaço não acredito que nos iremos extinguir. mas, aniway, nao estaremos aqui para ver infelizmente nao e?
hahah um novo bigbang? nao acredito que fossemos iguais se alguma vez se voltasse a repetir tudo. eu acho k a teroia do caos é muito certa. lembraste no primeiro jurassic park? quando o malcom explica a teoria do caos através do percurso de uma gota de água na mão? mas sim, se eventualmente "voltassemos" e mesmo sendo diferentes em alguns ou muitos aspectos, nenhum ser vivo tem integrado o sentido de responsabilidade para com o seu habitat, no entanto essa falha e compensada através da regulação os seres implicam uns nos outros. o nosso problema é não ter esse controlo,sendo os "dominantes" globais, e com uma taxa de reprodução algo elevada (potencialmente).

hehe ah yes, i know that *cof cof* haha, mas sim, dessa amalgama de estudantes universitarios que no fundo nao fazem muito impacto tambem es das preferidas. e olha k nao sao muitas as pessoas com kem falei agora de ferias, e ainda menos akelas com kem falei porque quis ^^*!
ah caga no blog, eu ja fiz prai uns tres, mas nunca pegava nakilo... sentiame tipo com um diario ou assim... alem d k perdia sempre, mas SEMPRE a porcaria das passes.

Lucífera said...

Faz como eu, usa sempre a mesma. Resulta sempre!!! Sou esquecida...

Não seríamos iguais se alguma vez tudo se repetisse, claro que não...mas acredito que voltasse tudo ao mesmo. Há sempre algo que domina. Mas é esse mesmo o problema, não entendes? Por sermos tantos é que estamos a destruir tudo. Os recursos vão sendo escassos e blá blá... e, sinceramente, tu, como estudante de biologia, achas bem ocuparmos os habitats aquáticos que não nos pertencem? Nós até poderemos sobreviver, disso não dúvido, pois adaptamo-nos a tudo e a todos, o problema é que estamos a fazer extinguir o resto do planeta e nós dependemos deles...até dos produtores primários...
Ah, e tens de concordar comigo que somos o ser mais estúpido e egoísta, principalmente egoísta!!!

Dr. Macio said...

Nunca me lembro de tudo o que li nos teus posts e que depois quero comentar, ou pelo menos, nem sempre consigo organizar-me mentalmente de maneira a parecer coerente, tantos são os pontos em que, por vezes, discordo e outras concordo...estas discussões têm de ser feitas verbalmente. Mesmo assim vou "tentar" comentar um pouco.
Sobre a tua teoria da extinção, até concordo contigo em grande parte. Como nos disse uma vez o prof. Chícharo, para que estivéssemos em equlíbrio com o meio, teríamos que eliminar 90% dos nossos efectivos. Creio ficar tudo dito nesta frase...
No entanto, não concordo contigo no teu início de texto. O facto de ter a capacidade de cometer um crime, seja ele de que natureza for, e sentir-me "feliz" ao practicá-lo, não justifica a minha acção.
Exactamente por termos uma capacidade intelectual e social superior, que nos permite cooperar uns com os outros e adaptar-nos tão facilmente ao que nos rodeia, é que estabelecemos comunidades, sociedades, que têm regras, leis, hierarquias, o que quiseres chamar-lhes, que zelam pela harmonia e bem-estar do grupo. Temos de nos cingir a estas regras para que não violemos a liberdade de outros. Alguém que se sente bem ao esfaquear pessoas é livre de o fazer sim, mas as suas vítimas também são livres de não quererem ser esfaqueadas, sentindo-se bem dessa maneira. Não podemos ser livres comprometendo a liberdade de outrém. Liberdade não é fazer egoistamente aquilo que nos dá na real gana, sucumbindo aos nossos mais básicos desejos, isso é libertinagem! O ser humano, por mais bem adaptado que esteja ao meio, não pode e não consegue sobreviver sozinho, o ser humano é um animal social. E para conviver socialmente não pode reagir instintivamente, por isso é que somos racionais. E se para conviver socialemente, muitas vezes, temos que nos cingir a um comportamento semelhante ao de um rebanho, assim será. Comportamentos desviantes não serão aceites e deverão ser punidos. Quando digo desviantes, falo claro de casos extremos, não de um corte de cabelo diferente ou de uma maior ousadia na maneira de vestir.
Receio não conseguir estar a explicar-me bem e que não estejas a perceber a minha maneira de ver...mas isto a estas horas e com tanta coisa para dizer não é fácil...de qualquer das maneiras acho que às vezes simplificas demasiado, tornando as ideias muito radicais, um "BUM" não seria solução para tudo...
eu voltarei a tentar expôr o que penso...imagina que te vou dando folhas soltas!

Dr. Macio said...

Ahh...houve outras coisas que me esqueci de comentar, mas lembrei-me disto: o marquês de Sade era um parvalhão arrogante e inseguro!

Lucífera said...

Ah, já faltavas cá tu, é verdade! Obrigada!

Bem, antes de mais, deixame dizer-te que concordo com tudo o que disseste, até mesmo sobre o Marquês de Sade. Ele simplesmente não era todo ele arrogante, sempre se lhe aproveitava qualquer coisa.
Quanto ao resto, tens toda a razão quando dizes que o facto de se obter prazer com um acto criminoso o desculpe. Penso que me entendeste mal quanto a esse ponto. Eu penso é que as pessoas que o cometem, fazem-no por isso, mas não dsse que acho bem que assim seja.

Eu também tenho problemas de comunicação, não te preocupes!

Lucífera said...

Bem, é o que dá não rever o que leio e enfim... tenho de corrigir!

Bem, antes de mais, deixa-me dizer-te que concordo com tudo o que disseste, até mesmo sobre o Marquês de Sade. Simplesmente não era todo ele arrogante, sempre se lhe aproveitava qualquer coisa.
Quanto ao resto, tens toda a razão quando dizes que o facto de se obter prazer com um acto criminoso não o desculpe. Penso que me entendeste mal quanto a esse ponto. Eu penso é que as pessoas que o cometem fazem-no por isso, mas não disse que acho bem que assim seja.

Dr. Macio said...

ah bom! folgo em ouvir isso de ti...pensei q tinhas perdido a lucidez!

Anonymous said...

Gostei de ler. Tal como os restantes "comentadores" concordo com alguns pontos e discordo de outros.

Gostei especialmente desta ideia:

"Assim, como será possível que tenhamos conseguido atingir este ponto? A maior parte de nós não faz uso das capacidades que tem e prefere entregar-se à obstinação dos seus instintos, prefere render-se ao prazer."

Infelizmente é a mais pura das verdades e nos últimos tempos tenho pensado bastante nisso. Olho para o lado e vejo pessoas que simplesmente querem ser como as outras, passar pela "vida" sem deixar algo, sem realmente lutar pela evolução... mas também já estou a dispersar um pouco.

Continua!

Lucífera said...

É o conformismo...
Este comodismo que os demais tanto veneram. Profundamente irritante!

Anonymous said...

oh piminha ainda bem k nao tenhu paxorra pa ler!!!!

Paulo Montenegro said...

Estou fascinado com a menina :)

Escreva mais, escreva! Gostei do que li... :P

Lucífera said...

Aconselho o primeiro - "Teoria do Prazer" - e, caso lhe interesse, vá lendo por ordem.

Anonymous said...

Ainda tentei ler os comentários de toda a gente, mas fartei-me um pouco pois já vi que ninguém foca o ponto que a mim me pareceu mais importante no teu texto. O ponto não, o não-ponto, pois não fazes referência a isto.
Não creio que fazer a comparação entre um devasso (ou qualquer pessoa que mates outras ou viole criancinhas) e um deficiente mental (ou qualquer outra pessoa que tenha algum tipo de dificuldades - físicas/psicológicas) seja o mais correcto.
Imagina um líder mundial que tem uma zanga familiar com outro líder mundial (suponhamos EUA vs. Iraque). Quem vai pra guerra por o líder A não querer que o líder B tenha bombinhas de mau.cheiro em casa? Porque criticas tu as pessoas que gozam com pessoas diferentes quando as massas morrem pelas idiotices geradas por quem nos governa? Já agora, porque não podem os líderes B ter bombas arrumadas no sofá se os A's também as têm? Geralmente falamos, somos todos estúpidos de igual modo, mas os nossos líderes são mais iguais que nós.
Extinção? Sim! Mas só nos de mente tacanha que nos governam! Esses sim deveriam morrer todos! Sim eu sei que quando saem uns de lá, vão outros para lá ainda piores, mas eu por mim esses também podem ser assassinados. E assim sucessivamente até que apareça um Jorge Sampaio em todos os governos (não é que tenha feito bem, mas também não nos fez muito mal).

E pronto acho que está tudo para este post.

32-16

Anonymous said...

Ah! Culturizar não existe. Arrotear seria bem mais correcto.

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